Grupo de DH Pede ao RU Parar de Armar Israel Durante Guerra em Gaza
Grupo de Direitos Humanos Pede ao Reino Unido que Pare de Armar Israel Durante Campanha na Faixa de Gaza
Um grupo de direitos humanos com sede no Reino Unido, a Restless Beings, alertou que a campanha militar de Israel na Faixa de Gaza envolve “estratégias identificáveis” de extermínio em massa e expulsão em massa da população local. O grupo faz um apelo ao governo britânico para que imponha um embargo de armas a Israel.
Ataques Sistemáticos a Hospitais e Infraestrutura Civil
De acordo com o relatório da Restless Beings, durante os 146 dias monitorados, os hospitais em Gaza foram atacados em “65% desses dias”. Os autores afirmam que “os ataques aos hospitais foram sistemáticos, movendo-se de norte a sul para tornar todas as unidades de saúde não operacionais até meados de fevereiro de 2024”. Quase metade dos hospitais e instalações de saúde de Gaza foram atacados múltiplas vezes pelas forças armadas israelenses.
O relatório também constatou que “em todos os 753 casos de ataques a infraestrutura civil registrados, há evidências claras de perda de vidas civis e destruição da sociedade civil”.
Bloqueio e Ameaça de Fome
Israel impôs um bloqueio total à Faixa de Gaza em 9 de outubro, com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarando: “Ordenei um cerco completo à Faixa de Gaza. Não haverá eletricidade, nem comida, nem combustível. Tudo está fechado.” Ele acrescentou que estavam “lutando contra animais humanos e agindo de acordo”.
O Ministério da Saúde de Gaza alertou que, sem um influxo de entregas de combustível, os poucos hospitais ainda em funcionamento poderiam entrar em colapso em poucas horas. Junaid Sultan, um cirurgião vascular que atuou na área sul de Rafah, disse que “se esse combustível não chegar, será uma sentença de morte não apenas para centenas, mas para milhares de pacientes”.
Violações do Direito Internacional
A Restless Beings concluiu que os padrões da operação militar de Israel indicam que o país violou as Convenções de Genebra e o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, que classificam os ataques à infraestrutura civil como “crimes de guerra”.
O grupo de direitos humanos responsabilizou os governos internacionais por não reconhecerem “a estratégia israelense” na Faixa de Gaza, que coloca a população local em risco de “fome, deslocamento forçado para um terceiro país e de novos ataques”.
Referências
Extermination, expulsion ‘identifiable strategies’ of Israel’s war in Gaza – Al Jazeera