Inflação Nos EUA Desacelera Em Abril, Abrindo Caminho Para Possíveis Cortes De Juros
Inflação nos EUA desacelera em abril, abrindo caminho para possíveis cortes de juros
Dados recentes mostraram que a inflação nos Estados Unidos desacelerou em abril, após um período de alta recente. Esse cenário aumenta a probabilidade de que o Federal Reserve (Fed) corte as taxas de juros ainda este ano, o que pode impulsionar ainda mais a recuperação econômica do país.
Índices atingem novos recordes após dados de inflação
Os três principais índices do mercado acionário americano – S&P 500, Nasdaq Composite e Dow Jones – atingiram novos recordes de fechamento na quarta-feira (15 de maio), após o último relatório do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) mostrar que a inflação desacelerou para 3,4% nos 12 meses até abril, recuando de 3,5% no mês anterior.
O S&P 500 avançou mais de 1,2% e ultrapassou a marca de 5.300 pontos pela primeira vez, fechando em 5.308,15 pontos. O Nasdaq Composite subiu cerca de 1,4%, estabelecendo um novo recorde em 16.742,39 pontos. Já o Dow Jones ganhou 350 pontos, ou 0,9%, e ficou próximo da importante marca de 40.000 pontos, encerrando o dia em 39.908 pontos.
Expectativa de cortes de juros pelo Fed
Os investidores acreditam que o resfriamento da inflação, juntamente com um relatório separado mostrando vendas no varejo fracas em abril, aumentam a probabilidade de que o Fed corte as taxas de juros ainda este ano. Segundo Gary Pzegeo, chefe de renda fixa da CIBC Private Wealth US, o mercado está precificando um corte de juros em setembro e outro em dezembro.
Progresso na desaceleração da inflação
O relatório de abril ficou em linha com as expectativas dos economistas, o que representa uma melhora em relação aos meses anteriores, quando os dados de inflação vieram acima do esperado. Tyler Schipper, professor de economia da Universidade de St. Thomas, em Minnesota, afirmou que os últimos meses parecem ter sido apenas “solavancos no caminho” e não um ambiente de inflação estagnada.
Em uma base mensal, os preços subiram 0,3%, um ritmo de crescimento mais lento do que os 0,4% vistos nos dois meses anteriores. Os economistas esperavam um aumento mensal de 0,4% e um ganho anual de 3,4%.
Alívio em alguns setores
Apesar de os custos de moradia e combustível continuarem pressionando os consumidores, o relatório trouxe algumas notícias positivas. Os preços dos supermercados caíram 0,2% em relação a março, a primeira queda em um ano. Além disso, a inflação dos alimentos e do custo de refeições fora de casa também apresentaram alívio.
Mesmo com a queda nos preços de veículos novos e usados, esses itens ainda permanecem custosos devido às altas taxas de juros. Por outro lado, o seguro de automóveis e os custos de manutenção continuam subindo acima da inflação geral.
Desafios persistentes na inflação
Embora o relatório de abril tenha mostrado progresso na desaceleração da inflação, alguns desafios persistem. Os preços de vestuário, por exemplo, tiveram alta acentuada, o que pode se tornar um problema para os consumidores e empresas no segundo semestre deste ano, quando a temporada de compras de volta às aulas acontece.
Além disso, o componente de custos de moradia, que tem sido um “calcanhar de Aquiles” para a economia, ainda apresenta inflação elevada, mesmo que em ritmo mais lento. Esse é um fator que tem dificultado a tarefa dos economistas em medir com precisão a evolução dos preços.
Referências
Notícia original: Inflation cools in April, opening door for possible Fed rate cuts