Operação Painter: Resolvendo Crimes Sexuais Não Solucionados
Operação Painter: Resolvendo Crimes Sexuais Não Solucionados Há Décadas
Em um esforço para trazer justiça a vítimas de crimes sexuais, uma equipe policial no Reino Unido está revisitando casos não solucionados de estupro e agressão sexual que remontam a até 50 anos atrás. A Operação Painter, conduzida pela Unidade de Crimes Graves de Bedfordshire, Cambridgeshire e Hertfordshire, começou em 2016 e já conseguiu 10 condenações em tribunal.
Avanços na Ciência Forense Impulsionam Investigações
Com o avanço da ciência forense, a equipe policial agora tem ferramentas mais poderosas para resolver esses crimes antigos. Eles enviam evidências coletadas originalmente para análise na Eurofins Forensic Services, em Staffordshire, onde técnicas modernas são usadas para encontrar vestígios de DNA que antes haviam sido perdidos.
Um exemplo é o caso de Karen, que foi estuprada em 1993 em Luton, Bedfordshire. Apesar de evidências físicas terem sido coletadas na época, a tecnologia forense não era suficiente para gerar um perfil de DNA do agressor. Décadas depois, uma nova análise das amostras permitiu identificar o culpado, Zahid Majeed, que foi condenado a 13 anos de prisão por estupro.
Impacto Significativo Apesar de Poucos Casos
Embora o número de condenações alcançadas pela Operação Painter possa parecer pequeno, o impacto é significativo. Segundo o Superintendente Chefe Carl Foster, que liderou a equipe por mais de cinco anos, “mesmo que conseguíssemos apenas uma condenação, valeria a pena. Para a vítima, e para o público saber que aquela pessoa está na prisão e não pode cometer novos crimes.”
De fato, cinco dos homens condenados pela operação já haviam cometido crimes sexuais anteriormente, demonstrando que muitos desses agressores são reincidentes.
Desafios e Limitações da Investigação
Apesar dos esforços, a Operação Painter enfrenta diversos desafios. Construir um caso de estupro pode levar anos, e mesmo quando uma pessoa é acusada, atualmente leva em média dois anos para chegar ao tribunal e ser concluído. Além disso, a equipe também precisa lidar com outras investigações de crimes graves, o que sobrecarrega os recursos disponíveis.
A questão do financiamento também é um obstáculo. Inicialmente a operação foi financiada como um projeto especial, mas com o orçamento cada vez mais apertado, nos últimos quatro anos os custos têm sido arcados pelo próprio Departamento de Crimes Graves.
Conclusão
A Operação Painter demonstra que, mesmo décadas depois, é possível trazer justiça a vítimas de crimes sexuais não solucionados. Com o avanço da ciência forense e o compromisso da equipe policial, casos que pareciam perdidos podem ser resolvidos, removendo agressores perigosos da sociedade. Embora os desafios sejam significativos, essa iniciativa representa um importante passo para garantir que a justiça não tenha data de validade.