Visita De Xi Jinping à Hungria Expõe Divisões Na UE
A Visita de Xi Jinping à Hungria e as Divisões Persistentes na União Europeia
A Relação Especial entre a China e a Hungria
Quando o líder chinês Xi Jinping visitou a Hungria em maio, em meio às comemorações do “Dia da Europa” pela União Europeia, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán elogiou a China como “um dos pilares da nova ordem mundial”. A visita de Xi a Budapeste resultou no anúncio de um projeto ferroviário de dois bilhões de euros, adicionando-se a uma série de grandes projetos industriais financiados pela China na Hungria. De fato, a China é o maior investidor estrangeiro no país, tendo investido cerca de 16 bilhões de euros em diversos projetos.
A Postura Defensiva da União Europeia em Relação à China
Enquanto o governo húngaro se aproxima de Pequim, a maioria dos europeus percebe a China como um desafio estratégico importante. Questões como a guerra na Ucrânia, a corrida armamentista nuclear, os esforços internacionais para combater as mudanças climáticas e as preocupações sobre práticas comerciais desleais mantêm os formuladores de políticas e pensadores estratégicos em Bruxelas e nos principais Estados-membros atentos ao papel da China nos assuntos mundiais.
A Busca por Autonomia Estratégica
A União Europeia deseja que a China seja um parceiro, mas também está ciente dos riscos de uma dependência econômica excessiva, especialmente em setores emergentes, como a tecnologia verde, onde os chineses têm uma vantagem. Essa mudança para uma postura mais defensiva reflete uma mudança de humor em algumas partes da UE. Mesmo aqueles céticos em relação às visões de Macron a favor da “autonomia estratégica” reconhecem que a União deve ser protegida de ameaças e riscos externos, incluindo a China.
As Divisões Persistentes na UE em Relação à China
No entanto, a “desvinculação” da China não é universalmente abraçada em toda a UE. A Hungria é talvez o exemplo mais flagrante, mas está longe de ser o único. É evidente que a Alemanha também não aderiu completamente a uma abordagem mais dura em relação à China.
O Papel da Alemanha e dos Estados Unidos
Apesar de o chanceler alemão Olaf Scholz ter feito declarações duras sobre as práticas comerciais disruptivas da China, os extensos laços comerciais e a presença de grandes empresas alemãs no mercado chinês, especialmente as montadoras de automóveis, empurram a política do governo em direção ao engajamento. Além disso, Scholz poderia ter ido a Paris em uma demonstração de unidade com Macron e von der Leyen, mas não o fez.
Outro fator é a postura mais dura dos Estados Unidos, com um consenso bipartidário de que a China é o principal adversário geopolítico. A maioria dos países da UE, incluindo a França e a Alemanha, preferiria permanecer neutros nessa disputa.
Conclusão
A visita de Xi Jinping à Europa expôs as tensões e divisões persistentes na União Europeia em relação à China. Enquanto alguns Estados-membros adotam uma postura mais defensiva, outros, como a Hungria, mantêm uma relação especial com Pequim. Essa falta de unidade dificulta a busca da UE por autonomia estratégica e a capacidade de lidar efetivamente com os desafios colocados pela ascensão da China.